governo.gif

O IPv6 para quem está relacionado à construção de políticas públicas.

Segundo a Pesquisa sobre o uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação no Brasil, realizada pelo Centro de Estudo sobre as TICs em 2007, 95% das empresas brasileiras com 10 ou mais funcionários têm computadores. Dessas, quase todas, 97%, acessam a Internet. Ou seja, 92% do total das empresas brasileiras com 10 ou mais funcionários utilizam a Internet para atividades do seu dia a dia.

De acordo com a mesma pesquisa, em média, 54% dos funcionários das empresas com 10 ou mais empregados utilizam o computador em suas atividades e 81% deles usam a Internet. Isso quer dizer que 43% do total de funcionários usa a Internet. Nota-se ainda que 46% das empresas que acessam a Internet mantém um sítio na rede (website). Muitas delas utilizam o espaço para manter catálogos online de seus produtos e também para oferecer supor pós-venda. Outros usos da rede podem ser destacados: 99% delas utiliza o e-mail como forma de comunicar-se, enquanto 96% usa a Internet para obter informações sobre produtos ou serviços. Fazem uso de algum serviço de governo eletrônico via Internet 89% das empresas.

Sobre o uso que os brasileiros fazem da Internet pode-se dizer o seguinte: 40% dos brasileiros são usuários de computador e 34% são internautas, desses, 53% acessam a rede diariamente. Os números cresceram em relação à 2006. Quase 90% dos internautas brasileiros usam a rede para comunicação, lazer e busca de informações, 73% para educação e treinamento e 18% para atividades bancárias. Pode-se afirmar ainda que 45% dos internautas já utilizaram a rede para pesquisar preços ou produtos, e que 16% já fizeram compras online.

Esses dados servem para ilustrar um conceito que, provavelmente, poucos colocariam em dúvida atualmente: a Internet está, cada vez mais, intrinsecamente ligada a vida dos indivíduos e das empresas no Brasil. A Internet é uma das bases sobre as quais está se constituindo uma nova ordem mundial, que se convencionou chamar de “Sociedade da Informação”. Uma das características dessa nova ordem é a velocidade com que as mudanças e novos desenvolvimentos tecnológicos ocorrem: “_90% dos cientistas que já viveram sobre a face da terra ainda estão vivos_” (Kotler). “_A massa de conhecimentos da humanidade, que hoje dobra a cada cinco anos, dobrará a cada 90 dias nos próximos dez ou quize anos_” (World Future Society). Nessa nova ordem, o que ditará a diferença entre ricos e pobres não será mais a divisão norte-sul, mas sim o acesso, ou não, à tecnologia e à informação.

O IP, mais precisamente o IP versão 4, ou IPv4, é a base sobre a qual a Internet é construída. Contudo, seus endereços livres estão se acabando e as previsões indicam que eles se esgotarão por volta de 2010 ou 2011. Sem novos números IP seria muito complicado conectar novos usuários à Internet. Seu crescimento ficaria prejudicado.

O IPv6 traz para a Internet um espaço de endereçamento capaz de suportar seu crescimento indefinidamente ou, pelo menos, em qualquer futuro que conseguimos imaginar até agora. Além de resolver o problema de espaço, o novo protocolo também apresenta avanços em áreas como segurança, mobilidade e desempenho. Prevê-se que ambos, IPv4 e IPv6, funcionem lado a lado na Internet por muitos anos. Mas, a longo prazo, o IPv6 substituirá o IPv4.

A implantação do IPv6 nas redes e na Internet brasileira é de suma importância. Sem o IPv6 corremos o risco de ficar isolados de parte da Internet. Sem ele ficará difícil levar a inclusão digital a seu melhor termo, pois faltarão endereços. Sem ele não nos beneficiaremos de novas aplicações na rede e a disseminação de tecnologias emergentes como voIP e 3G, entre outras, ficará prejudicada.

Apesar do IPv6 trazer benefícios, estes não são visíveis a curto prazo, nem para as empresas e usuários finais em geral, nem para os provedores de Internet. Não obstante, a implantação do IPv6 é inevitável e requer planejamento e, eventualmente, gastos.

Vários governos têm incentivado a implantação do IPv6 na Internet, através do envolvimento de autoridades das áreas de comunicações, energia, ciência e tecnologia, educação, entre outras. Dentre as diversas ações tomadas, podemos citar as seguintes:

Nesse contexto, a intervenção do governo, em suas várias instâncias, é essencial para o sucesso dessa implantação. Vários governos, mundialmente, têm se conscientizado disso e incentivado a implantação do IPv6 na Internet, através do envolvimento de autoridades das áreas de comunicações, energia, ciência e tecnologia, educação, entre outras. Dentre as diversas ações tomadas, podemos citar as seguintes:

Como exemplos de países que têm implantado ações em prol da adoção do IPv6, podemos citar (sem a intenção de fornecer uma lista completa): França, Índia, Espanha, Austrália, Japão, Estados Unidos e Malásia.


Perguntas e respostas mais comuns para Políticos, Legisladores e envolvidos com políticas públicas...

Como os governos de outros países estão incentivando a adoção do IPv6?

Vários governos têm incentivado a implantação do IPv6 na Internet, através do envolvimento de autoridades das áreas de comunicações, energia, ciência e tecnologia, educação, entre outras. Dentre as diversas ações tomadas, podemos citar as seguintes:

Como exemplos de países que têm implantado ações em prol da adoção do IPv6, podemos citar (sem a intenção de fornecer uma lista completa): França, Índia, Espanha, Austrália, Japão, Estados Unidos e Malásia.


A intervenção do governo é importante para a adoção do IPv6?

Sim, é essencial.

Apesar do IPv6 trazer benefícios, estes não são visíveis a curto prazo, nem para as empresas e usuários finais em geral, nem para os provedores de Internet. Não obstante, a implantação do IPv6 é inevitável.

As autoridades do governo tem condições de colaborar para a adoção do novo protocolo na Internet:


Como o governo dos EUA tem tratado essa questão?

Em agosto de 2005, o Escritório de Direção e Orçamento dos EUA (OMB) emitiu o memorando M-05-22: "Planejamento da Transição para o Protocolo Internet versão 6 (IPv6)", especificando que os backbones das redes da Agências Governamentais Federais estadunidenses tenham implantado IPv6 para Junho de 2008. O memorando pode ser acessado em: http://www.whitehouse.gov/omb/memoranda/fy2005/m05-22.pdf.

Isso não significa que todas as Agências hoje tenham o IPv6 completamente implantado em seus serviços, não significa nem mesmo que elas mantenham suas redes funcionando em modo dual stack. Significa apenas que elas demonstraram que as suas redes já estão prontas para o novo protocolo, o que é um importante passo.


Como a União Européia tem tratado essa questão?

Desde 2002, quando foi lançado um plano de ação à adoção da nova geração do Protocolo Internet (IP/02/284), a UE já investiu mais de € 90 milhões em pesquisas relacionadas ao IPv6, e tem a intenção de gastar € 300 milhões até 2013. Em conseqüência disso, todas as redes européias de pesquisa já estão prontas para o IPv6, sendo que a GEANT (IP/08/354) é líder mundial na implantação deste protocolo, fazendo com que a Europa seja a região do mundo com maior adesão aos endereços IPv6.

Outro passo importante foi dado em 27 de maio de 2008 (IP/08/803), quando a Comissão Européia estabeleceu como objetivo para a Europa que, em 2010, 25% das empresas, administrações públicas e usuários particulares utilizem o Ipv6.

E para que isso ocorra, foi solicitado aos Estados-Membros da UE, que estes coloquem o setor público europeu na linha da frente da implantação da nova tecnologia, migrando para o IPv6 suas redes, seus sítios web e serviços de governo eletrônico. A Comissão quer também que os sítios web mais importantes da Europa participem desse projeto e espera obter o apoio de, pelo menos, 100 das principais operadoras européias de sítios web, antes do final de 2008. O próprio sítio web da Comissão (http://europa.eu) estará acessível via IPv6 até 2010.

Em relação as indústrias européias de TI, foi sugerido que os Estados-Membros exijam a utilização do IPv6 como condição para os contratos públicos (como já fazem a Comissão Européia e o Governo norte-americano), e lancem campanhas de incentivo junto as empresas e organizações, além de ajudá-las na transição.


Como o Japão tem abordado a questão?

O governo japonês oferece, desde 2000, incentivos fiscais para a adoção do IPv6.


De que forma os governos federal, estaduais e municipais podem contribuir para o sucesso da adoção do IPv6?

1 - Implantando o IPv6 em suas redes, seus sítios Web, serviços de governo eletrônico, escolas, centros de pesquisa e universidades. Isso incentivará a iniciativa privada a oferecer produtos e serviços IPv6.

2 - Estudando formas de incentivo à adoção do IPv6 pela iniciativa privada.


Quais as ações mais urgentes?

1 - Discutir e entender a questão.

2 - Estabelecer que novos equipamentos, softwares e serviços usados nas instituições do governo devem ser compatíveis com IPv6.

3 - Planejar a implantação, estabelecendo metas claras e tangíveis.


Quais os riscos, caso o IPv6 não seja implantado a tempo no Brasil?

1 - Usuários Internet podem ficar sem acesso a novos sítios e serviços, baseados em IPv6.

2 - Pode haver um aumento no custo de conexão à Internet, por conta da necessidade de adquirir IPs (v4) a preços elevados, ou por conta de manter estruturas complexas de conversão de endereços (NAT e similares) em escala muito maior do que o que é feito hoje.

3 - Custo de oportunidade: o IPv6 traz novas possibilidades de serviços e negócios, que não poderão ser aproveitadas pelas empresas brasileiras.

4 - Perda de competitividade, porque a infra-estrutura Internet do restante do mundo estará muito melhor em termos de qualidade, desempenho e segurança.

5 - Dificuldade de implantar programas de inclusão digital, por conta da dificuldade de interligar novas redes à Internet.

6 - Dificuldade de implantar redes de nova geração, como serviços 3G, pela falta de IPs.